07/11/2022

Saiba quem são os finalistas da premiação em 2022

Campanhas, serviços, programas e novas tecnologias estão entre os destaques dessa primeira edição

Em sua primeira edição, o Prêmio Autocuidado em Saúde Acessa reconhece iniciativas que fazem diferença no desenvolvimento do conceito de autocuidado, apoiando brasileiros a promover a própria saúde e prevenir doenças. O júri técnico que analisou os trabalhos também escolherá os quatro vencedores entre os finalistas, que serão conhecidos em cerimônia no dia 8 de dezembro de 2022. Saiba a seguir quais são os destaques de cada categoria.   COMUNICAÇÃO EM SAÚDE E AUTOCONHECIMENTO No câncer hematológico, informação salva vidas Comunicação em Saúde e o Empoderamento de Pacientes Onco-Hematológicos Autores: Merula Emmanoel Anargyrou Steagall, Catherine Moura, Catarina Rodrigues e Tatiane Mota Instituição: Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) A comunicação é ferramenta fundamental para autonomia no autocuidado dos pacientes – eis a tese defendida nesse projeto assinado pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). Há 20 anos à frente de campanhas em prol de pessoas com doenças onco-hematológicas, a organização investe em ações de conscientização sobre como diagnosticar precocemente e buscar soluções terapêuticas para esses problemas. Em linguagem acessível, com foco no autocuidado e no acesso ao melhor tratamento, o objetivo é orientar e empoderar o paciente. A iniciativa tem abrangência nacional e os conteúdos digitais podem ser vistos de qualquer lugar e a qualquer hora. Os impressos, por sua vez, são distribuídos em todo o Brasil. Como forma de expandir o conhecimento para toda a população, a entidade engaja influenciadores digitais para que formem uma rede de apoio que dê visibilidade às doenças, num esforço para impactar mais de 100 milhões de pessoas todo ano.   Aplicativo Mais Um Dia: em prol da saúde mental Mais Um Dia – Um Aplicativo Móvel para a Promoção à Saúde Mental entre Jovens Universitários Autores: Alice Agnes Spíndola Mota Pinho, Hareli Fernanda Garcia Cecchin, Marta Romilda Spíndola Mota, Sidiany Mendes Pimentel, Humberto Martins e Felipe Leite Instituição: Universidade Federal do Tocantins (UFT) Projeto de tecnologia móvel voltado para as áreas de saúde e educação, o aplicativo Mais Um Dia tem como alvo os estudantes do ensino superior. Um dos focos é abordar de forma adequada e eficiente uma discussão cada vez mais importante: a prevenção ao suicídio entre os jovens universitários. A iniciativa se propõe a reduzir o adoecimento mental e o sofrimento psíquico e suas consequências, entre elas a evasão estudantil. Para alcançar esses objetivos, o trabalho desenvolvido por uma equipe multidisciplinar da Universidade Federal do Tocantins (UFT) se baseia em escuta qualificada, letramento em saúde mental, orientação e atenção primária. O aplicativo oferece informação sobre distúrbios como ansiedade e depressão e elenca serviços úblicos voltados ao atendimento dessas questões. Isso sem contar o acesso a profissionais de saúde voluntários e uma lista de terapeutas que atendem os estudantes com preços reduzidos. Tudo é apresentado com recursos visuais e linguagem pensados para dialogar com o público jovem, em formato acessível e moderno.   Projeto Cuidar: práticas aliadas do equilíbrio emocional Projeto Cuidar Autores: Mariana Cabral Schveitzer, Ramiro Anthero de Azevedo, Andreia Passos Takakua de Oliveira, Barbara Marinho Duarte, Bianca H. Morais, Cristina Andrade Sampaio, Flavia Cristiane Kolchraiber, Geisa Colebrusco de Souza Gonçalves, Káren Mendes Jorge de Souza, Thiago da Silva Domingos, Fernanda Cabral Schveitzer, Fernanda Fernandes, Gabriela Caires, Isabella Beatriz Datrino, Larissa Cristina Marcolino Cisterna, Maria Eduarda Prado, Erika Cardozo Pereira, Leandro Lucena, Lissandra Zanovelo Fogaça, Marlene Pereira da Rocha, Teresa Maria dos Santos, Nathalia Oliveira da Silva e Rachel Carmona Instituição: Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Um grupo de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) investe na promoção de práticas integrativas e complementares em benefício da saúde integral, envolvendo, por exemplo, meditação, ioga, acupuntura, auriculoterapia, uso de plantas medicinais e práticas mente-corpo da medicina tradicional chinesa. Com a pandemia, a equipe se engajou em um projeto de extensão para amparar a população que começava a sofrer os efeitos do isolamento e do luto, além de estimular o autocuidado entre professores e estudantes da instituição. Em 2021, a estratégia foi consolidada com o lançamento do livro Autocuidado – A Dinâmica da Saúde Integral e a realização de palestras e oficinas, uma oportunidade de apresentar o Método FEMA (do inglês Find, Embrace, Move, Again) – uma proposta para o autocuidado que se desenvolve em quatro etapas: Encontrar, Acolher, Movimentar, Recomeçar. Em um canal no YouTube, o Projeto Cuidar publica vídeos com temas como práticas de autocompaixão, dicas para inserir o mindful eating no dia a dia e cuidados com as emoções. Na conta do Instagram, divulga guias e cartilhas com orientações sobre saúde mental e autopreservação.   ESTILO DE VIDA Para estimular a criançada a se mexer Promovendo um Estilo de Vida Saudável através do Aplicativo Meu EducAtivo Autor: Fernando Garbeloto dos Santos Instituição: Educativo (SP) O combate ao sedentarismo é premissa amplamente reforçada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de diminuir a incidência de doenças crônicas. E quanto mais cedo a atividade física entrar na rotina, melhor. Com isso em mente, o educador físico Fernando Garbeloto dos Santos criou o Meu EducAtivo, uma ferramenta que auxilia crianças em idade escolar a se sentirem estimuladas a ter uma vida saudável. O aplicativo possibilita que professores avaliem de forma simples o desempenho motor dos alunos durante as aulas de educação física – propiciando, assim, o aprimoramento dos movimentos, melhor adequação das práticas propostas e consequentemente maior adesão por parte da turma. O projeto conta, ainda, com uma biblioteca digital na qual os jovens encontram subsídios para entender a importância de adotar hábitos saudáveis e se tornarem fisicamente mais ativos. O Meu EducAtivo é um sistema composto por um portal web e dois aplicativos, um para os professores e outro para os pais/alunos. Informação e ação para a garotada não ficar parada.   Horta na UBS: colhendo mais do que vegetais Colhendo mais do que Vegetais na Horta na Unidade Básica de Saúde Autoras: Luciana Yuki Tomita, Mariana Stevenson, Fabiana S. Silva Beltrame, Thais Rascio Surian, Natália Aquino, Cintia Sulzbach e Juliana Cristina Ferruci Instituições: Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) Forrar o prato de verduras e legumes, os especialistas não cansam de repetir, é estratégia fundamental quando se fala em dieta saudável e manutenção do peso adequado. Ao longo das últimas décadas, porém, o que se constata é o aumento de casos de obesidade na população brasileira. Até porque, de acordo com as autoras dessa iniciativa, no país a redução da renda tem impactado a qualidade da alimentação de muitas famílias. No esforço para reverter essa situação, nutricionistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram um programa de atividades em torno de hortas criadas em Unidades Básicas de Saúde (UBS). O projeto contempla rodas de conversa com temas como leitura de rótulo de embalagens de alimentos, apresentação e degustação de plantas alimentícias não convencionais, além de sugestões de preparo com partes de vegetais que muitas vezes são jogadas fora. Os participantes são estimulados a ajudar no cuidado e manutenção das hortas, propiciando com isso gasto energético e acesso às hortaliças produzidas. Uma estratégia barata e educativa que pode ser facilmente replicada país afora.   Qualidade de vida: quem cuida precisa se cuidar Análise da Qualidade de Vida na Área da Enfermagem durante a Covid-19, através do Questionário on-line SF-36, e Intervenções para Redução dos Fatores de Risco à Saúde Autores: Samir Salim Daher, Lilton Martinez, Pamela Cristina Golinelli, Amanda de Ornelas Carvalho, Silvana Marques e Keila Cristina Silva Instituições: Hospital do Servidor Público Estadual (SP) e Centro de Estudos em Medicina do Exercício (Cemex) No Hospital do Servidor Público de São Paulo, uma iniciativa pioneira mirou a importância do autocuidado entre enfermeiros, profissionais que, ao longo desses quase três anos de pandemia, são expostos ao vírus da Covid-19 ao atender as pessoas que se infectaram. No projeto, 252 enfermeiros responderam, online, à versão brasileira do questionário de qualidade de vida (QV), que leva em conta estado geral de saúde, capacidade funcional, presença de dor, limitações físicas, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental. Diante dos resultados mostrando baixos desempenhos nesses tópicos, a fase seguinte propiciou uma análise de força muscular e avaliação do estado nutricional com bioimpedância, cujos resultados direcionam para propostas capazes de despertar a consciência da importância de investir em mudanças alimentares e criar uma rotina de exercícios físicos. A iniciativa, facilmente reproduzível, mostrou que a identificação dos fatores de risco à saúde e a intervenção precoce para conter essas ameaças são medidas eficazes e cada vez mais necessárias para o bem-estar.   PROMOÇÃO À SAÚDE Ecossistema digital por uma boca saudável Alfabetização em Saúde Bucal – Criação de uma Plataforma Digital para Educação em Saúde Autores: Francisco Wanderley Garcia de Paula-Silva, Fernanda Maria Machado Pereira Cabral de Oliveira e Beatriz Carvalho Masson Instituição: Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-USP) Na odontologia, atividades educativas são necessárias para fornecer informações confiáveis e esclarecer a população sobre como cuidar da dentição. A cárie, por exemplo, é uma doença que ainda hoje atinge índices alarmantes no Brasil, particularmente na primeira infância. Certos de que a alfabetização em saúde bucal é crucial para mudar esse cenário, professores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Forp-USP) criaram uma plataforma digital para divulgar informações e elaborar um curso para profissionais da educação básica. Afinal, infância e adolescência são períodos oportunos para a educação em saúde, uma vez que os hábitos adquiridos nessa fase da vida tendem a se perpetuar. Presentes também em canal do YouTube e Instagram, os conteúdos, baseados em evidências científicas e apresentados em linguagem simples, abordam de higienização a cuidados odontológicos mais específicos. O projeto conta até com uma mascote, o Professor Molaris, personagem criado com o intuito de chamar a atenção de meninos e meninas para o tema.   Guia de saúde bucal para pessoas com necessidades especiais Guia de Saúde Bucal para Pessoas com Necessidades Especiais Visuais Autor: Artur Fernandes de Paiva Neto Instituição: Áurea Instituto (PE) O projeto vem se desenvolvendo desde 2010, quando o dentista Artur Fernandes de Paiva Neto criou uma versão em Braille de uma cartilha de odontologia preventiva para deficientes visuais. Agora a publicação foi atualizada e ganhou uma versão digital para ter seu acesso ampliado durante a pandemia: o arquivo de texto foi convertido em áudio, utilizando-se um aplicativo. Tudo para transmitir o conhecimento de forma clara e direta, respondendo a uma dúvida que há tempos direcionou as pesquisas do autor: como promover o ensino dos hábitos em saúde bucal para as pessoas com necessidades especiais visuais. O livro está organizado em forma de manual de instruções, com descrição das estruturas da cavidade bucal ao mesmo tempo que apresenta maneiras para que elas sejam reconhecidas pelo tato. Temas como dieta e prevenção do câncer oral fazem parte do conteúdo. Com as crescentes discussões a respeito da importância da inclusão, a publicação é ferramenta eficiente para aumentar a autonomia, auxiliar a construção da autoestima e colaborar com a inserção social dessa população.   Moradores da Rocinha abraçam o autocuidado Educação para o Autocuidado com Foco na Promoção da Saúde dos Moradores da Favela da Rocinha Autores: Mariana Pace Alves, Jainne Martins Ferreira e Eduardo Lopes de Sousa Instituição: Saúde Contato (RJ) Para quem vive nessa comunidade do Rio de Janeiro, enfrentando obstáculos no acesso a serviços de saúde, projetos como esse fazem ainda mais diferença, sobretudo em tempos de crise sanitária como a que vivemos desde 2020. Desenvolvido pela organização Saúde Contato, o programa contou com o engajamento de uma equipe multidisciplinar para estruturar palestras e rodas de conversa relacionadas ao autocuidado, embasadas na neurociência e com foco na promoção da saúde. Aconteceram também práticas de exercícios físicos, meditação, atendimentos de massagem terapêutica, psicoterapia, fisioterapia e nutrição. As ações geraram mudanças positivas na forma de se cuidar, com relatos de melhora na autoestima e maior conhecimento sobre o próprio corpo, as emoções e os sentimentos. Entre 2021 e 2022, o projeto impactou 2 600 pessoas, colocando o indivíduo em primeiro lugar na gestão de sua saúde e evidenciando que intervenções específicas de autocuidado podem ajudar a garantir saúde e proteger os direitos humanos.   USO RACIONAL DE MIPS E OUTROS PRODUTOS Telerreabilitação para pessoas com dor crônica Gestão de Cuidado e Telerreabilitação para Pessoas com Dor Musculoesquelética Autores: Rafael Krasic Alaiti, Leandro Fukusawa, Lucas Nery e Hélio Nichioka Instituição: Tato Fisioterapia Inteligente (SP) Estimativas dão conta de que 40% dos brasileiros sofrem com dores musculoesqueléticas persistentes. Os incômodos na coluna são alguns dos que mais atingem os brasileiros, sendo muitas vezes incapacitantes e responsáveis por altos índices de faltas no trabalho. Para piorar, a distribuição de profissionais preparados para lidar com o problema pelo país é desigual. Tendo como lema “Seu fisioterapeuta com você, onde você estiver”, a healthtech Tato Fisioterapia Inteligente desenvolveu uma trajetória digital para facilitar a triagem e classificação de risco de dores, com apoio de inteligência artificial e de linhas de cuidado personalizadas, com fisioterapia online e telemonitoramento. A avaliação online permite diferenciar casos mais graves daqueles em que a pessoa só precisa receber informações e sugestões de medidas preventivas para o automanejo da dor. Dessa forma, é possível aumentar o acesso a tratamentos de acordo com as necessidades de cada um, reduzir os custos com exames desnecessários, assim como diminuir idas a serviços de pronto atendimento e cirurgias mal indicadas.   Cartilha sobre fitoterápicos Educação para Transformação – Campanha Educativa sobre o Uso Racional de Fitoterápicos com Foco na Saúde e na Qualidade de Vida da População Autores: Ana Cecília Bezerra Carvalho, Flora de Aquino Santos, Ingrid Estefania Mancia de Gutiérrez, Daniela Aparecida dos Reis Arquete, Diana de Souza Garcia Nunes e João Paulo Silvério Perfeito Instituição: Gerência de Medicamentos Específicos, Fitoterápicos, Dinamizados, Notificados e Gases Medicinais (GMESP) e Gerência-Geral de Medicamentos (GGMED) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Em cápsulas, comprimidos, pomadas ou xaropes, os fitoterápicos são feitos a partir de plantas medicinais. Sua origem natural, porém, não é garantia de segurança. É importante que sejam fabricados corretamente para evitar a presença de contaminantes, como areia, micro-organismos, metais pesados, agrotóxicos, entre outros. Além disso, seu uso deve ser feito com responsabilidade e conhecimento. Para orientar a população a identificar se os produtos são autorizados e de boa qualidade, pesquisadores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desenvolveram uma cartilha com alertas como o de que esses medicamentos só podem ser indicados para tratar doenças consideradas não graves ou que não necessitem de acompanhamento médico e não podem ser de uso oftalmológico ou injetável, por exemplo. Os materiais trazem conteúdo abrangente, incluindo um glossário, e estão disponíveis online. A divulgação foi feita em redes sociais, contando com entrevistas e lives. A ideia é ajudar as pessoas a escapar de armadilhas, como produtos sem efeito terapêutico ou que até podem colocar a saúde em risco.

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